na praça João Pessoa
do centro
de Bananeiras,
tem uma estátua preta
daquelas de dar pavor
até em morto,
corroída por fora
e por dentro
com rugas
que foram plantadas
pelo descuido
e
pelo tempo.
João Pessoa, o próprio,
numa noite
dessas qualquer,
talvez numa noite
de São João,
ou ainda, talvez,
numa outra anoitecida
em solidão,
e falou assim
baixinho,
quando viu
sua estátua:
- Nego.
desse jeitinho,
sem a altivez
e exclamação
de outros momentos.
limitou-se a sentar
num banquinho
e a falar consigo mesmo
nostalgiando
as histórias da vida
e expulsando
sua única saudade:
da morte.
André Espínola
3 comentários:
cara, seus poemas são excelentes - tanto estrutural quanto conteudísticamente.
continue nessa, q é essa sua área.
abçs.
rogers silva.
Boa tarde, André!
Escrevo para parabenizá-lo por tão belo texto.
Gostei da forma com que você "brinca" com as palavras.
Assimbaixinho... sentarnum,...
Isso deu uma beleza ímpar ao poema.
Um grande abraço.
Shalom!
Um tanto quanto bêbedo seu personagem, vida de poeta.
Excelente sua poesia.
Também gosto, visite meu blog
tem algumas minhas.
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