Na Taberna Empoeirada
(Um Bourbon, Um Scotch e Uma Cerveja)
Com as mãos vazias, trêmulas e úmidas,
Por tentar alcançar sempre objetos noutras dimensões
Onde um oceano açucarado de águas negras embarga visões
E esconde tesouros guardados por criaturas mitológicas
Saídas das profundezas de Hades
Ou que foram espetadas pelo Senhor dos Mares,
Eu entro fatigado na taberna empoeirada.
E como um guerreiro ensangüentado e vencido pela vida
Ou um morto que a venceu mesmo depois de perdida,
Como o espectro de Aquiles atingido no calcanhar, mas que ainda anda
Pelas ruas e esquinas
Em busca de um refúgio, como um ombro o é para a pessoa que ama
E dorme sossegada naquele travesseiro de carne humana,
Eu entro fatigado na taberna empoeirada.
E o blues de John Lee Hooker toca na Jukebox:
“One bourbon, one scotch, and one beer”
- Garçom, um bourbon, um Scotch e uma cerveja.
E assim encontro meu refúgio na balsâmea madrugada.
André Espínola
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário