domingo, outubro 01, 2006

kd Hipocrisia Política

Estávamos na semana anterior às eleições. O debate sobre política no país crescia a cada dia mais. Nas conversas nas casas, nos bares, nos telejornais, enfim, só se falava em política. Acho que só se lembrar que ela existe no ano de eleição. Vale ainda a pena chamar a atenção para o curioso cenário político no Brasil. É importante que o leitor entenda os últimos anos da política brasileira e para entendermos melhor onde estamos agora.

Havia mais de 15 anos que o PI (Partido dos Ignorantes) buscava incansavelmente o poder. Tira-lo da elite dominante, cujo partido era PHDB (Partido dos Hipócritas Disfarçados Brasileiros), que sempre esteve a frente da política brasileira. Lutas e mais lutas, eleições atrás de eleições, até que conseguiram. Em 2002, um nordestino, de origem humilde conseguiu assumir finalmente a Presidência da República, pelo PI. Que mudança! Que revolução! A esperança do povo estava frenética. Resultado: Nada, ou pelo menos quase nada, mudou. O governo fez algumas coisas positivas, mas o mandato ficou marcado com a faixa da corrupção. Exatamente o partido que pregava veementemente o fim da corrupção, entregava-se a este vício humano. Que decepção! Esqueceu-se de algumas coisas boas que o governo fez, para ficar estampado, marcado para toda a história brasileira “GOVERNO CORRUPTO”.

Com isso, as discussões sobre política, ou pelo menos sobre a corrupção, aumentaram bastante. Cada mês uma nova denúncia, nova CPI, fazia com que esse assunto não mais chegasse ao fim. Vários escândalos. A oposição agora estava marcando pesado, com uma crítica pesada e com discurso anti-corrupção, afirmando que o governo atual era indigno, ladrão, que queria enganar o povo e essas coisas que todos nós, brasileiros, já conhecemos.

Assim chega-se à semana da eleição. Novas denúncias, mais investigações em cima de componentes do governo abalam a confiança dos eleitores. Ainda assim, tem a maioria das intenções de voto. Talvez até seja eleito no primeiro turno. Do outro lado, o candidato do PHDB, em segundo lugar das intenções de voto, lutando pela dignidade do Brasil, por um país decente. (Eu vou me forçar para não rir). Em terceiro, encontra-se uma demagoga, “revolucionária”, nem ela mesmo sabe o que prega. Meu Deus, essa é a política do país! Por último, um candidato que valoriza a educação como meio de revolucionar a situação do país, este com apenas 3% das intenções de voto.

Dá-se para perceber o cenário político do país. Nas casas, o discurso é o mesmo: Essa corrupção é ridícula! Nunca o Brasil esteve pior! Milhões de dólares e reais roubados! Isso é inadmissível! Temos que sair às ruas e derrubar esse presidente ladrão! Precisamos de um governo que governe para o povo! Precisamos de emprego! Esses impostos exagerados, essas taxas de juros! O desemprego! Isso se segue por grande parte do país. Nas casas, nos bares, nos colégios. Indubitavelmente, é o belo discurso.

Então, um dia antes das eleições, encontramos um grupo de amigos num bar, bebendo, discutindo, claro, sobre as eleições. No calor da conversa, agregam-se desconhecidos que começam a falar, dar suas opiniões, criticar o governo, os candidatos, a corrupção, etc. Apenas um se mantém um pouco calado, falando só aos poucos, e quando ele fala, as pessoas o acham estranho. “Que opinião esse louco tem! É um burro, um ignorante. Não vê ele toda essa roubalheira? Por acaso é cego?” Parece que ele não gosta muito de falar sobre política. Não vê esperanças. É um cético. O país está perdido. Toda essa vã discussão para que nos próximos quatro anos, tudo se repita novamente.

Enquanto os outros discutiam com ardor, ele ia bebendo seu vinho. Acabava, pedia mais uma garrafa. Já estava ficando um pouco ébrio. Como conhecemos, a paciência é inversamente proporcional ao nível de embriaguez. Ele queria se embriagar de conversas alegres, mulheres, poesia, amor! Para que falar-lhe de política?! Já não agüentava mais. Estava a ponto de explodir.

Até que, de fato, explodiu.

Após um desconhecido que estava na conversa no bar falou sobre os benefícios do governo atual, que estavam esbanjando dinheiro, superfaturando as coisas, que era uma vergonha essa corrupção e que acreditava que havia jeito, só bastava colocar a pessoa certa no poder, ele explodiu.

Assim que o desconhecido acabou de falar ele levantou rapidamente, assustando algumas pessoas ao seu redor, que já haviam se acostumado com sua postura calma e tranqüila. Ele já estava muito bêbado. Mau conseguia ficar de pé. Ergueu-se por sobre a cadeira, subiu na mesa e falou, meio enrolado, quase gritando:

- Ah! Deixem de falar besteira! Vocês não sabem do que estão falando! Ou se sabem, estão interpretando um papel de inocentes! Vocês não vêem realmente as coisas?!

Todos ficaram com um olhar interrogativo, sem entender. Ele, notando essa não compreensão natural, resolveu recitar um poema de algum bêbado que tinha pretensões de ser poeta. E com as palavras entrecortadas, assim ele falou:

“Política!
Que coisa mais ridícula!
E os eleitores!
Estes se acham os doutores,
Escondendo suas máscaras de hipocrisia;

Num desses dias ouvi essa conversa:
'O Brasil está perdido!
Nunca sairá dessa onda de corrupção!
Ainda mais com esses políticos
Não há solução!'

Ele ainda continuou: 'Eles não governam para o povo!
Cada dia aparece um mais um roubo
Mais uma lavagem de dinheiro;
Mas está lá em cima o índice de desemprego!
Queremos algo de novo!'

Agora pergunte a este honesto cidadão
Se ele votaria
Em um candidato que o beneficiaria
Com dinheiro, ou com um belo emprego
E ainda diz que quer por fim à corrupção!

Abaixo à hipocrisia!”

Então todos se entreolharam. O silencio ainda permaneceu por algum tempo. Ninguém ousava falar. A carapuça serviu-lhes? Creio que sim. E em você, também?

André Espínola

2 comentários:

João Paulo disse...

euiauehiuaehaieuh super rizada ao resgate!

em relação à política: tem jeito não. não tem jeito, simples assim. quem for pra lá vai fuder tudo. se VOCÊ, que tá lendo esse fuckin' comentário, fosse, ia fuder tudo. não tem jeito, o brasil não tem jeito, por causa dessa merda de povo que a gente é. país fodão, natureza fodona, e o povo fudendo all, tentando tirar vantagem em cima dos outros, explorando os outros como dá, educados, desde criança, a corromper e a manobrar. e quem não faz isso é chamado de idiota pelos amigos, pelas namoradas. em TODAS as situações sociais (políticas ou não, no dia-a-dia), todo mundo só pensa em si

por isso que tá essa bosta do caralho!

vote joão 22, dois patinho na lagoa

Anônimo disse...

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