domingo, janeiro 17, 2016

Blues do fim do (nosso) mundo


quando falas em fim
é como se,
de súbito,
num cataclismo apocalítico
de poucos segundos,
sugasses todas as cores
do meu mundo;

as cores
de uma viagem
ultra-psicodélica,
não apenas derretem
da nossa tela impressionista
como também param de cantar
quando falas em fim

restaria apenas
o blues solitário
que sai da caixa de som
contando histórias de idas e vindas
e corações partidos.

mas esse blues do fim do (nosso) mundo
que sai de teus lábios
quando falas em fim
é um blues que eu nunca poderia
sentar e cantar junto.

André Espínola

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