A noite é um passeio da morte por entre a cidade
Que dorme seu sono cansado e nervoso,
Bebendo junto aos bêbados soltos
Na madrugada.
A inércia de tudo não anuncia um jazz louco
Que toca em bares no meio de ruas
Negras, suadas e desertas.
- o vento carrega para longe
o solo seco e solto do saxofone,
e o frio que consigo traz e leva
é um banho de vida que a morte entrega –
Na noite a morte se embriaga
Com tragos nos lábios de putas em fim de expediente,
Como um carente cliente
Que com carinho a beija e a afaga.
Na manhã ela retorna ao seu ofício
E espalha suas vítimas que dormiram tranqüilas
Nas suas camas quentes e forradas.
- os óbitos da noite
foram assassinados pela própria vida -
André Espínola
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