sexta-feira, maio 09, 2008

o dia é um de nós

todo dia
o dia é um de nós.

só não tem
corpo,
nem voz.

embriaga-se na noite
quando não está trabalhando,

sei porque já sentou comigo
e conversamos por horas
num bar.

falou-me de sua vida
desde menino até a meia idade,

de como quando era pequeno,
as nuvens e estrelas
procuravam-no pra brincar.

de como se ria
quando olhava sua imagem
distorcida nas ondas do mar.

e de como namorava a noite
e suas nuvens mais formosas!
mas era dia,
e com a noite não podia
namorar.

falou-me desse tempo
igualzinho a quem se dói
todo de saudade

e vi nos seus olhos
uma nuvem de tempestade
a se aproximar.

mas, logo, mudou de assunto
e do hoje
falou-me
como quem não tem mais o que falar.

falou-me da obrigação
de andar por andar,
e como a vontade
lhe falta
na hora de continuar.

nessa hora bebeu a cerveja
num gole só
e deu um soco na mesa

pois, pro dia, hora
nunca é palavra
pra se falar.

lembra-se de que
o trabalho o enfada,
e que queria uma foice
pra se matar.

tem a mesma paixão
de adolescente pela noite,
também sem corpo e sem voz.

enfim bêbados saímos
no surgimento
da aurora.

e todo dia
o dia é um de nós.

André Espínola

3 comentários:

  1. eq:=-diff(y(x),x,x)-2*tanh(x)*(1-tanh(x)^2)+(6*tanh(x)^2-2)*y(x)=0;
    / 2 \
    |d | 2
    eq := -|--- y(x)| - 2 tanh(x) (1 - tanh(x) )
    | 2 |
    \dx /

    2
    + (6 tanh(x) - 2) y(x) = 0

    > diff(tanh(x),x,x);

    2
    -2 tanh(x) (1 - tanh(x) )

    > subs(y(x)=(a+x/2)*sech(x)^2,eq);

    / 2 \
    |d 2 | 2
    -|--- ((1 + x/2) sech(x) )| - 2 tanh(x) (1 - tanh(x) )
    | 2 |
    \dx /

    2 2
    + (6 tanh(x) - 2) (1 + x/2) sech(x) = 0

    > simplify(%);

    0 = 0


    ----------
    ler poesia tua me limpa a mente. Olha o q tenho cabeça agora.

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  2. ssA poesia tá ótima, amor meu!

    Quanto ao comentário do Beto... Pow, manda isso que você tá tomando!

    =P

    Beijão, povo!

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