domingo, abril 07, 2013

Assim acordarei dançando


quando eu morrer

não quero moeda
para o barqueiro no olho
nem bandeira dessa pátria
que tanto maltrata
meu povo nordestino;

quando eu morrer
e se assim a Morte
permitir

 - se não explodirem
meus miolos
ou meu corpo
não figurar na estatística
dos não encontrados -

eis meu último pedido:

quando eu morrer
que me enterrem ao menos
com fone de ouvido!

André Espínola

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